O discurso na política
“Falar verdade”, Manuela Ferreira Leite. “A verdade é mobilizadora”, Cavaco Silva. “A verdade a que temos direito”, Jornal Avante. “Só a verdade é revolucionária”, Marx. “Quem és tu?, pergunta Pilatos. Eu sou a verdade, responde Cristo”.
Isto é o que me vem mais imediatamente à memória, mas em que contexto isto foi mesmo dito e que significado tem para cada um?
A verdade é só uma ou é uma para cada um? A verdade democrática é aquela em que a maioria acredita ou são todas as que podem ser formuladas com liberdade de exame e opinião? As verdades certas e as erradas. Decididamente não é o tipo de verdade sentenciosa, indiscutível, do tipo de quem fala com a liberdade na barriga… ou no bolso, fazendo muitas vezes da ignorância uma fonte de argumentos, a opinar sobre tudo e quando muito bem quer, como ocorre frequentemente com os comentaristas de serviço na imprensa. Raramente se lhes ouve: “Disso eu não sei, não estou informado”.
O maior problema, salvo melhor opinião (bonito!…), talvez (que humildade!…), resida no discurso político. No discurso, omitir a verdade não é mentir e mentir não implica na negação da verdade. Pelo contrário, a mentira ganha credibilidade se misturada com a verdade… A noção de que a verdade e a falsidade se excluem, são categorias opostas, só existe na lógica. No discurso, esta lógica depende de outros elementos determinados pelos objectivos a atingir, como se vê exemplarmente nesta campanha eleitoral para o Parlamento europeu, desenvolvida por alguns líderes políticos. A verdade para alcançar os objectivos é a que figura nos discursos, numa metalinguagem.
Grave, também, é a falta de coerência e honestidade do discurso, dissimulados na torrente de verdades e mentiras que os meios de comunicação são incapazes de identificar e, assim, contribuir para que a verdade obtivesse maior funcinalidade. O valor da verdade não está inscrito no comportamento político a que se tem assistido nesta campanha para as europeias. O PSD e o CDS que fazem parte da mesma formação política no parlamento europeu e são o maior grupo, e formam maioria, falam como se fossem inimigos e lutassem contra a maioria do PS… também na Europa, que não existe… Aliás, o PCP e o Bloco também estão associados na Europa e acusam o PS e o PSD de estarem juntos nas políticas. Quais? Em algumas estarão, claro, mas no Parlamento de cá como no de lá o confronto é visível.
Como já se deram conta de que eu defendo a verdade múltipla… ouso dizer que o candidato Vital Moreira é de todos o que tem colocado mais temas à discussão dos portugueses e tido um comportamento e um discurso mais preocupado com as verdades afirmadas do que com os efeitos das mentiras ditas. Sem demagogices!
Manuel Pedroso Marques.
terça-feira, 2 de junho de 2009
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A verdade é como o azeite na água- simplesmente o primeiro vem sempre à superfície!Neste processo quero retirar apenas duas interpretações: à direita do PS (PSD/PP) não hesitam em criar factos, de preferência criticos p/ética e honra do s.geral do PS. Foi assim há cerca de 5 anos no início caso FreePort, s/opções sexuais via internet e mais tarde a licenciatura tipo "farinha amparo";mais recentemente ao enfraquecimento do FreePort e dos demais, a inventona caiu na "asfixia democrática/social": pés de barro p/direita: MFLeite é que asfixiou literalmente os seus opositores internos, não os considerando nas listas de deputados. Em contrapartida optou pelo homem da mala do dinheiro e pela ex-vereadora dos favores, ambos arguidos. Quanto às escutas em Belém a cabala depressa estoirou pq F.Lima é um idiota útil e ao contrário do que querem fazer passar existem liberdades democráticas e Órg Com Social livres para denunciar pulhices, doa a quem doer!
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