terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Quotas para Prof's. para promover todos

No dia 3 deste mês escrevi uma nota sobre as negociações dos professores com a nova Ministra da Educação, a 28º responsável desde o 25 de Abril. A situação recomeça a clarificar-se neste novo ciclo de negociações. Não querem quotas de promoções ou só as aceitam se não tiverem peso algum. E infelizmente creio que se vai concretizar o que eu achava errado.
A promoção de um número de prof's. até ao último escalão de vencimentos, num número completamente desproporcionado com qualquer outra carreira de funcionários públicos. E creio que se estão a preparar para não subscrever nenhum acordo, ameaçando em piorar o que já não pode estar pior: o nível de ensino.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Política de feira barata na discussão orçamental

Segundo os jornais noticiam, o Orçamento para 2010 vai ser aprovado pelo facto de o Governo ter negociado com o PSD e/ou com o Governo regional da Madeira a autorização para a Região constituir um novo empréstimo.
Curiosas verbas: 129 milhões de euros pretendia o Governo Regional. 79 milhões parece ser a verba pelo qual a "chantagem da Madeira" viabiliza o orçamento do Estado.
Quer dizer, com minoria parlamentar, o Orçamento chama-se "limiano" , "chantagem madeirense" e, também, sejamos rigorosos, deve ter outro nome, que resulta da Madeira ter pedido 129 e não 130 e de o acordo com o Governo e PS ter ficado em 79 e não 80! É como o preço das hortaliças nos supermercados e nas feiras. Nunca é um número certo, é sempre um cêntimo a menos para não parecer tanto…
Se me perguntarem o que é que isto tem a ver com a situação do endividamento global do país e com o nosso défice orçamental ou, ainda, com a queda do investimento externo no país… temos de dizer, voltem a olhar para a Irlanda. Mostrou o que valia na expansão e está a mostrar o que vale na retracção e só por isso se acredita que vai voltar a crescer. Sócrates mostrou o que valia na contenção do défice, quando em 2005 iniciou governo. Veio a crise que estragou tudo, embora não nos acontecesse, ainda (!), o que já aconteceu à Irlanda. Se, agora, o Governo não mostrar que é e está capaz de esconjurar as chantagens oportunistas de onde quer que elas venham, então, passaremos de mal a pior. A negociação não é mal nenhum. Mas, o facto do elemento decisivo para se aprovar o Orçamento ser uma exigência, da forma como aparece colocada na imprensa, sobre o aumento do endividamento de uma Região autónoma que exemplifica o maior regabofe orçamental que o país conhece, é que me parece fora do contexto da nossa situação económica e das responsabilidades dos governantes e dos líderes políticos

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mr. Obama, please, don't disappoint me

O Presidente Obama fez durante a recepção do Prémio Nobel da Paz o discurso que deveria fazer. Nada a criticar ao Obama Presidente. Foi mesmo o melhor que poderia ter sido nas referências que fez sobre um prémio Nobel atribuído a quem está a fazer várias guerras.
Mas como cidadão e foi nessa qualidade que se lhe atribuiu o prix Nobel, deveria ter dito algo mais e diferente. Justificou a guerra porque há guerras justas que levam à Paz.
Engano. A Guerra não é natural, mesmo num mundo imperfeito. A Guerra não é a continuação da política por outros meios, como disse Clausewitz, influenciado pelo positivismo, que já foi considerado uma calamidade filosófica, como teoria. A Guerra é o falhanço da Política! Há guerra quando não há ou há políticas erradas. Clausewitz tem de ser enterrado e vale mais ressuscitar Sun Tzu ou mesmo o Kant, de "A Paz perpétua". Os EUA estão em duas guerras por más decisões políticas. Foram para o Iraque na base de patranhas e afirmações falsas que espalharam pelo mundo inteiro. Estão no Afeganistão sem estratégia, dizem os responsáveis militares norte americanos! E como nunca houve uma estratégia para ganhar uma guerra no Afeganistão… o mais provável é que os EUA e a NATO venham a retirar sem nenhuma conclusão, militarmente falando.
Os EUA continuam a afirmar "o seu compromisso para com a segurança no Mundo", reafirmou-o Obama. Socorro-me de Kennedy, para citar um seu discurso no qual afirma que "não há uma solução americana para todos os problemas do Mundo". Nem mesmo para o da segurança, apesar de ser a maior potência militar mundial, era o que o "nosso" Presidente Obama precisava de dizer, ou ouvir…

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"A Distrair o Santo" na conferência de Copenhagen

Anda muita gente "a distrair o santo" na conferência de Copenhagen e, assim ele não vai fazer milagres no ambiente... Os países ricos andaram a poluir desde a Revolução Industrial. E os países pobres dizem que, agora, para o seu deenvolvimento, vão eles poluir... E que para poluirem menos os países ricos têm de os ajudar, com dinheiro. Já ofereceram 10 bilhões para vários anos, claro, e eles querem 30,25... começaram por aí e vão descendo. Mas o engraçado é que entre os pobres já está o maior poluidor absoluto: a China. Que, por sua vez, diz que per capita polui pouco e que os EUA é que poluem mais... o que é verdade. Mas é uma incongruencia porque se os chineses todos poluirem tanto como os americanos, per capita, o consumo de hidrocarbonetos passa para o dobro e o ambiente do planeta não aguenta. Morremos todos de rinite alérgica ou de outra coisa qualquer... o que acabará por se verificar sempre em qualquer hipótese... mas por vontade divina e não pela circunstância ecológica.
Se não perceberem a alusão ao "distraindo o Santo " podem ir à primeira nota do blog e rirem-se com a anedota. Bom Natal para todos!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A República da Suspeita

A luta por ideias políticas nunca é de mais. Normalmente é de menos. Mas a luta baseada em factos políticos cuja verdade consiste na subjectividade da suspeição, deshonesta, porque a Justiça não suspeita nem acusa, é grave para o prestígio das instituições. E quando em resposta se ergue outra suspeita de que o intúito da primeira era descredebilizar quem mereceu a confiança do povo para governar o país, na situação dificilima em que ele se encontra, podemos dizer que vivemos na República da Suspeita que não é, concerteza, a que poderá levar o país para a frente.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Conflitualidade e ingovernabilidade

O último debate de 4 de Dez. na Ass. da República com o Primeiro-Ministro revelou uma agressevidade argumentativa entre J. Sócrates e M. Ferreira Leite que traduz uma conflitualidade impeditiva de qualquer entendimento. Sócrates mostrou que é o mesmo em maioria ou em minoria. E honra lhe seja feita porque, quando em vez de se falar de política se transporta para a discussão parlamentar situações de suspeição com nítido intúito de inferiorizar +politicamente o P. Ministro, ele já provou que não deixa a sua defesa por mãos alheias. O problema que me preocupa é que, mesmo sem provas nenhumas contra a sua dignidade, figuras do PSD digam publicamente que não confiam no PM. E que o Presidente da República, no triste "episódio das escutas", feitas no Palácio de Belém, não tenha dito que não confia mas que é capaz de desconfiar...
No actual estado de crise económica, este clima é mau para se construirem os apoios sociais às medidas difíceis que é preciso tomar.
No último debate na Assembleia da República com o Governo, a agressividade dos comentários de Manuela Ferreira Leite e das respostas de José Sócrates atingiram um tónus de conflitualidade que há muito não se via naquele órgão da República. O PSD não discute ideias. Transporta situações da justiça e suspeitas que tem ou diz que tem para inferiorizar políticamente o Primeiro-Ministro. Pensa que regressa ao poder desta forma. É uma estratégia que me parece errada mas, é com ele. José Socrates prova que com maioria ou sem maioria é o mesmo. Não deixa por mãos alheias a obrigação de se defender e atacar quem põe o seu bom nome em causa. Figuras importantes do PSD já declararam publicamente que não confiam em José Sócrates. O Presidente da República só não o disse mas procedeu no episódio das "escutas em Belém", não como se não confiasse mas como se desconfiasse! PSD e PR perderam, o primeiro nas eleições e o segundo na imagem pública. Os portugueses percebem a situação e visualizam

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

"Dignificar a carreira docente", ou promover todos indiscriminadamente

As negociações com os sindicatos dos professores prossegue com o a Ministra da Educação a transigir e a deixar cair alguns aspectos que constavam da Lei aprovada no anterior governo de maioria parlamentar. Se a "valorização do parlamento" através do facto de nenhum partido ter a maioria absoluta só servir para a criação de um ambiente político que leve o governo a abdicar de uma avaliação que impeça que todos os professores cheguem ao último escalão de vencimentos, como acontece há mais de 30 anos, então, regresse a maioria, mediante novas eleições. Que regresse a luta, a zanga, as manifs daqueles professores que só acham que "a dignificação da carreira docente" se faz com a promoção indiscriminada de todos eles até à máxima remuneração, independentemente da qualidade do ensino que produzem. Ensino que, comparativamente ao efectuado noutros países é mau, como revelam os estudos divulgados.