quarta-feira, 15 de junho de 2011

Suspensão temporária

Devido a uma intensa pesquisa que me foi solicitada suspendo o Distraindo o Santo por um período que espero não exceda o fim do ano em curso. Todavia, isto não significa que não continuemos a distrair o Santo, porque é preciso distraí-lo, não vá ele ficar refém dos que o querem monopolizar, dos que querem o Santo só para eles, do Sol a bafejar apenas a eira deles...
Até breve e um abraço a todos os "distraidores" de santos e de tudo o mais... Vosso Manuel Pedroso Marques.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Morte de Bin Lader - bem executada e mal explicada

Que a operação de captura e morte de Bin Laden foi bem executada, perante o que se supõe ser o seu objectivo, é um truismo. Está morto! Mas não está enterrado, no sentido literal e figurativo, pois, o assunto não está encerrado. Sob o ponto de vista comunicacional, não há dúvida que não foi obtido o mesmo sucesso. Vão continuar dúvidas, levantadas intencionalmente, com motivação política, contra a morte de um dos maiores salafrários da História que estava desarmado; que podia ter sido preso e julgado, como mandam as boas regras do Direito; que já arrasaram uma aldeia no Afeganistão, com 28 pessoas e a maioria delas crianças, pensando que o Bin Laden estava lá e, afinal, não estava. Então porque não bombardearam a casa que teria menos gente e, possivelmente, todos coniventes do alvo a abater? O Presidente Obama disse que não divulga as fotos do cadáver porque "não precisa de troféus". Palavra mal escolhida e que não condiz com a operação desencadeada. Se não era para fazer fotografia e para agarrar o B. L. "à unha" a operação era outra. Não era com tropa "apeada", numa acção de comandos.
Percebe-se que não se queira repetir a brutalidade de difuntir o garroteamento de Sadaam Hussein. Mas as fotos chocantes é o que "o povo" mais gosta e uma certa comunicação social não deixará de o tentar satisfazer. E, pior, é o sebastianismo messiânico que não deixa acreditar em nada do que se passou... ficam à espera do B. L., até que as fotos apareçam ou até mesmo depois.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Dívida Portuguesa - História de Crises

Desde meados do séc. XVIII até aos nossos dias que a Balança Comercial do país é deficitária, com excepção dos três anos, de 1940 a 43, os chamados anos do volfrâmio, em que exportámos mais do que importámos.
Desde os tempos áureos da exploração do ouro do Brasil, passe o pleonasmo, que a nossa dívida perante o estrangeiro se acumulava, constituindo um enigma que Portugal se tenha mantido como um país politicamente independente. Conseguimos resolver periodicamente a nossa situação deficitária, tendo apenas tido uma situação de bancarrota (na última década do séc. XIX) e, os demais incumprimentos verificados foram resolvidos posteriormente, com os respectivos juros e sofrendo situações da dependência económica.
A dívida acumulada até 1830 foi liquidada de uma maneira bizarra, para não aplicar um adjectivo pejorativo. Assim, dias antes do reconhecimento independência do Brasil, assinámos um acordo com a Inglaterra pelo qual a nossa dívida com aquele país seria paga pelo jovem país a que reconhecíamos a independência, embora ela já se tivesse efectuado, na prática, há perto de cinco anos… Artifício que os ingleses precisavam para, no ambiente internacional pós Conferência de Viena (1815), legitimarem o comércio e a exploração do Brasil, no fundo, mais vítima de uma substituição de colonizadores do que fruidor de uma real independência. Ninguém fala desta primeira ajuda… do Brasil a Portugal, nem mesmo agora que lhe mendigámos outra. Todavia, esta jogada colonialista de Portugal é referida de amiúde pelos mídia brasileiros, ainda hoje, duzentos anos depois.
Até final daquele século a dívida total do país foi crescendo até ao default. Entretanto, a Balança Comercial ia sendo compensada, mas nunca equilibrada, pela de Pagamentos, reforçada pelas remessas dos emigrantes. Vem a crise do final da Monarquia e a instabilidade política da República que, em termos económicos, se traduzem em depreciações brutais da moeda e do empobrecimento relativo do Reino e da República. Chegou-se a recolher as moedas de prata em circulação, a derretê-las e a substituí-las por outras de menos valor específico, vendendo a prata. Nos anos de uma década a seguir à Primeira Grande Guerra, até ao 28 de Maio, o escudo desvalorizou mais de 15 vezes face à Libra.
A emigração vem prosseguindo em força, para o Brasil, desde o século XIX. A tal ponto que em 1930, Getúlio Vargas, proibiu a remessa de dinheiro dos emigrantes para Portugal e para os outros países europeus. Ditador, Getúlio adere ao movimento nacionalista que pairou sobre vários aspectos da sociedade brasileira, desde 1922 (“Semana de Arte Moderna”). À parte esta tendência, culturalmente muito válida, a pressão de Portugal, sobre as autoridades brasileiras e a simpatia entre os dois regimes políticos, logrou a abertura de uma excepção para os emigrantes portugueses. Foi a segunda ajuda financeira do Brasil a Portugal.
Internamente, Portugal viria a encontrar outra margem de compensação dos défices comercial e financeiro global perante o estrangeiro. Outro artifício, a chamada “zona escudo”, que significava uma considerável vantagem financeira para a reserva de divisas do país, proveniente da única conversibilidade do escudo da metrópole em comparação com diferentes moedas de exclusiva circulação em cada uma das colónias. O ágio da conversão interna atingia os 20%. E a moeda constituía o fundamental factor de competitividade, mediante uma desvalorização permanente, escamoteando a falta de produtividade, de inovação e de dinamismo estruturais do país. Por último, uma nota de algum optimismo. A natureza das nossas exportações tem melhorado nas componentes de média e alta tecnologia. Há dez anos, 30% das nossas exportações era de média e alta tecnologia e actualmente são 70%. E nas importações as percentagens são as inversas, 30 média e alta e 70 média e baixa. Falta agora é reduzir a taxa de cobertura das importações pelas exportações. Para isso, há dois caminhos: criar novos mercados e exportar mais; produzir mais e substituir importações. Uma tarefa essencialmente atribuível à sociedade, às empresas e subsidiariamente ao Estado.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Fernando Nobre, como caiu nessa?

Mudar de ideias ou de partido político não é prova de incoerência. A forma como isso se faz é que pode ser incoerente. Apoiar uma candidatura do Bloco de Esquerda, do PS, ou candidatar-se como inependente pelos PPD/PSD, na imediata sequência em que as respectivas eleições aconteceram é que pode parecer inconsequente. Mas o Dr. Fernando Nobre chama a isso uma manifestação da sua independência. Também se pode dizer que é um direito, o direito de ele não saber o que quer. Será, também, no mínimo, o abuso da parvoíce quando se candidata a deputado e só aceitará o mandato se for eleito Presidente da Assembleia. E como é que o líder do PSD foi nessa?

terça-feira, 19 de abril de 2011

"Incompetentes, preguiçosos e mentirosos"

Houve quem se sentisse ofendido por um líder filandez quando ele disse que os seus compatriotas não têm que ajudar um país de incompetentes, perguiçosos e mentirosos, referindo-se ao nosso.
Desde o fim do sec. XVIII que só em três anos é que conseguimos exportar mais do que importamos: de 1940 a 1943, por causo do volfrâmio que exportávamos para a Alemanha e outros países em guerra. Claro que isto só poderia dar num défice e num impobrecimento relativo, aos outros países. Também não nos distinguimos por maior produtividade que os filandeses. Por último, mentirosos. Então não é o que os nossos políticos chamam ao primeiro ministro eleito democraticamente?

As Agências de rating já mandam no Mundo

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu, pela primeira vez em 70 anos, sua avaliação sobre a dívida americana, passando a perspectiva de “estável” para “negativa” por causa do imenso déficit fiscal de US$ 1,5 trilhão dos EUA. Atualmente, para cada dólar que o governo federal gasta, arrecada menos de US$ 0,60. Com déficit elevado e uma economia combalida, o país vem crescendo seu endividamento. Alguns analistas também entendem que a notícia pressiona democratas e republicanos e chegarem a um entendimento político sobre como cortar o déficit. Em meados da década de 90, duas outras agências de risco, a Moody’s e a Fitch, já tinham acenado com um rebaixamento, retirado logo depois. Com o anúncio da S&P, os mercados caíram em Nova York e em vários países da Europa. Os EUA, no entanto, continuam um país “AAA” para investir. (Da imprensa brasileira).
Entretanto, o Sec. de Estado Financeiro noirteamericano, Gaitshel, disse que a análise da Agência era política... Pergunto se ele queria dizer que apoia os republicanos...
E como se dizia antigamente, "assim vai o Mundo".

sexta-feira, 8 de abril de 2011

As Agências de Rating a tangenciar o crime!

As Agências de Rating começam a ser "oficialmente" desacreditadas, por especulação a favor dos grandes investidores, interessados e beneficiadores do clima de risco artificial para, assim, verem os juros aumentados. Sabe-se, agora, que há investidores que são acionistas daquelas agências, que emprestaram dinheiro a Portugal e a outros países, logo, com juros praticados mais altos por que as notações de rating atribuídas era mais baixas. Os fundos Capital Group, Capital World Investors é o maior detentor de ações na Standard and Poor's e também tem uma boa percentagem na Moody's. Um grupo de economistas portugueses (Professor José Reis e outros) resolveu apresentar uma queixa à Procuradoria Geral da República com base na falta de transparência, informação privilegiada e participação indevida em negócio. O caminho vai ter de passar por uma agência pública, controlada por um organismo internacional, com âmbito europeu ou mundial, consoante se conseguir decidir, para acabar com este farrobodó. Diz-se também que as agências não se aperceberam das diversas "bolhas", imobiliárias e outras, que levou à Crise de 2008, que causou enormes prejuízos a grandes investidores e, agora, como boas serventuárias, estão a fazer esta "sale besogne" de aumentar os riscos artificialmente.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um Golpe de Estado ou o Samba do criolo doido

O Sr. Presidente da República, no discurso de disolução da A. da R. deixou entender que o Governo em Gestão poderia contar com o seu apoio no caso de ter de recorrer ao FMI. Como? O Governo responde políticamente perante a Assembleia, não perante o PR. Mas dá-lhe apoio público! Onde é que isto está na Constituição? O Governo viu chumbado o seu PEC IV na A. da R. por todos os partidos da oposição. O Governo em Gestão está impedido de fazer compromissos internacionais que influenciem a situação do país para além dos seus três neses de gestão de assuntos correntes. A minha impressão é que se instaurou um verdadeiro golpe de Estado "constitucional", com o PR a dizer que apoia o que só a A. da R. poderia apoiar, que não existe para apoiar o que quer que seja. E o líder do maior partido da Oposição diz que apoia os planos do governo, em matéria de pedido de auxílio. Como? Assina-os com o Governo? Compromete-se publicamente como apoio ao que ao Governo compete? Quer governar na oposição com eleições marcadas? O samba do criolo doido tem uma letra mais lógica!

terça-feira, 29 de março de 2011

Parabéns à Crise...

As Agências de Rating olham para Portugal de maneira diferente da que olharam para a Grécia e para a Irlanda, quando foram assinados os programas de auxílio financeiro do FMI. A Grécia era encarada como um país sem clareza nas suas contas, com dificuldades que lhe advinham da adesão despreparada ao Euro. A Irlanda era vista como uma vítima sem poder de reacção a uma bolha imobiliária enorme que contaminou o sistema bancário. Portugal, hoje, é visto de maneira diferente: não apresenta competitividade e o outlook de crescimento económico é o mais baixo da União. Resultado, as dúvidas sobre o pagamento das nossas dívidas crescem, os juros sobem, as dúvidas aumentam porque os juros sobem e estes sobem porque aquelas aumentam. Saída: Crise política!... Quem quisesse enterrar o país não encontrava melhor ideia. Parabéns PSD, parabéns PR... parabéns aos demais que acham que antecipar eleições vai ajudar.

sábado, 26 de março de 2011

Mereciamos melhor sorte!

O PSD votou contra o PEC4 na Assembleia. Passos Coelho, um dia depois, na reunião do Partido Popular Europeu, em Bruxelas, disse que se comprometeria com os objectivos daquele programa de regularização das contas públicas. O PSD votou contra a avaliação de professores mas diz que é a favor da avaliação. Os sindicatos tinham aprovado o sistema de avaliação mas apoiam a sua reprovação opela Assembleia da República.
Ontem, na entrevista à SIC, P. Coelho disse que o FMI não entraria em Portugal por sua vontade. Um minuto depois, dizia que a Grécia e a Irlanda pediram ajuda ao FNI e estão a pagar juros menores do que paga Portugal. Duas tiradas que me levam a pensar que P. C. é pior do que Manuela Ferreira Leite pensava, que o excluiu da lista de deputados do seu partido. Contradição à parte, embora cometido num espaço de 60 segundos seja grave, tem má informação. O capital emprestado pelo Fundo paga menos juro, mas o restante, que é muito mais, quer no caso da Grécia quer no da Irlanda, pagam muito mais do que opagavam e mais do que nós estamos a pagar. Mas se está convencido do contrário então porque é contra a entrada do FMI?
Portugal merecia uma melhor hipótese para Primeiro Ministro.
P'ra isto não valia a pena mudar de governo...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Manter "A fisionomia da frente", precisa-se!

A fórmula que tenho usado para situar o país no campo das dificuldades que o afectam é: Semi-presidencialismo dá semiparlamentarismo e estas duas características constitucionais dão semigovernismo quando ele não tem maioria parlamentar. Foi o que se viu desde as últimas eleições. Governava-se a meio vapor. Semana a semana havia um boato a dizer que o governo ia ter uma moção de censura, que ora era elogiado ora criticado, enfraquecido pelas circunstâncias políticas, económicas, mediáticas, pelas Agências de rating, etc. Os dados mais favoráveis eram afogados de imediato pelos opositores, alastrando a desconfiança e a descrença. Entretanto os juros iam subindo e, neste ano, a concentração de dívida a amortizar é estupefaciente (44 mil milhões de euros). Realmente apenas o Primeiro Ministro mantinha a "fisionomia da frente", ou seja, não deixava que o "inimigo" visse, ou se apercebesse, das fragilidades internas do governo, da economia, do país, quer cá dentyro quer quando ia lá fora.
Agora venha um governo de maioria, é o que desejo.

terça-feira, 22 de março de 2011

Esta crise política é areia de mais para a caminheta de Cavaco

Cavaco Silva disse hoje, na TV, que não tinha espaço de manobra para intervir no curso previsível da crise que está a conduzir a eleições antecipadas. Cavaco confessa que perdeu a liberdade de acção (ou de decisão, como dizem os militares). Esta é a última coisa que um comandante quer perder: a liberdade de conduzir os acontecimentos. Atribui a sua incapacidade à rapidez do evoluir da situação. Deveria acrescentar que a culpa é dele... Deveria ter agido mais rapidamente. A reação tem de ser à medida e no tempo da acção. Ou não?
PS.: remeto para a nota anterior.
Como diz um velho camarada meu, "Valha-me Santo António, Tenente-Coronel de Infantaria 19.

domingo, 20 de março de 2011

Depois dos bombardeamentos estrangeiros na Libia Kadafi pode ganhar mais apoiantes

Estamos perante uma guera civil na Líbia. De um lado uma parcela do povo adeptos do ditador Kadafi, há 40 anos no poder; do outro o povo que o contesta e luta por uma democracia. Os pró regime terão benefícios e sinecuras do poder rico de petróleo. Os outros não têm nada, nem um lider, têm um conselho governativo, constituído depois que os tumultos se iniciaram.
A intervenção internacional faz-se contra Kadafi. Não vale a pena desfarçá-lo, agora, que as acontrecimentos parecem mais indefinidos. Esta guerra, com armas de Kadafi e, a partir de ontem, com as mais sofisticadas armas usadas pelas forças da coligação internacional ignora a essência, ou as razões da guerra que eclodiu na Líbia. Esta é uma guerra civil que vai continuar ou parar para depois eclodir de novo. E se a comunidade internacional pretendia intervir, para evitar sacrifícios humanos, deveria tê-lo feito há mais tempo e eliminando um dos contendores, o que é responsável pela guerra, pela ditadura que exerce, e pela loucura de matar a sua população indefesa. As meias tintas da decisão internacional pode prejudicar e enviesar o curso mais conveniente dos acontecimentos. Dizem os telejornais que os EEUU declararam não querer matar o Kadafi. Então as baixas colaterais só servem para explicar as baixas de civis anónimos?... Será uma pergunta cínica mas a eliminação ou a erradicação de Kadafi é o passo decisivo ns contenda. Ou há outra solução?

sábado, 19 de março de 2011

Cavaco omisso perante a crise

Só a grande embrulhada em que o Governo (Sócrates) se meteu permite esquecer que Cavaco, na recente campanha eleitoral que lhe deu a vitória, dizia que se tivesse que ir à 2ª. volta o país ia sofrer com isso porque os juros que os mercados nos cobram iam aumentar. Em todo o caso, cabe perguntar se, agora, estivermos 4 meses com um governo de gestão, o que nos acontece aos juros e à satisfação dos pagamentos que temos de efectual em Abril e em Junho? E cabe, certamente, concluir que, depois do seu discurso de posse, ele passou a ver as coisas de outro modo ou, então, vê as coisas consoante estão os seus interesses e ambições em jogo. E não se empenhará em maiores esforços para evitar a crise política que, evidentemente, é o que menos interessaria ao país.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Foi um grande erro falar com a UE sem cobertura interna

Só uma grande pressão governativa pode explicar que Sócrates tenha levado à União Europeia, umas ideias de PEC 4 que não estavam vacinadas pela correlação de forças políticas no seu país. O não ter comunicado ao Presidente da República foi outro erro. Parece uma resposta tão desadequada como foi o discurso deste na tomada de posse. E feita depois de o PR ter sido condenado por muitas opiniões independentes. Ao fazer o mesmo...
Agora, resta-lhe ou o que já disse: a demissão caso seja reprovado o seu plano; ou não fazer novo PEC e ir governando mas, neste caso, a Sra. Merkel fica, para ela própria, a pensar que este país do Sul parece não pertencer à Europa e parece-se mais com os do "equador islâmico"... (com o respeito devido, claro).

quarta-feira, 9 de março de 2011

Discurso de posse de Cavaco Silva

Este discurso de posse, como todos os outros dos anteriores Presidentes da República, independentemente do seu conteúdo, vai engrossar as lombadas dos livros onde eles são depositados pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Vai apenas constituir retórica. Apenas retórica porque entre a palavra e a acção há o espaço imaterial da só palavra. A acção começa a concretizar-se depois. Ora, como o Presidente não age, temos palavras que valem o que valem. E valeriam muito. Seriam vitais se os nossos concidadãos sentissem que, como disse Cavaco Silva, a nossa economia, nos últimos 10 anos, por via do investimento e iniciativa nacionais (o RNB) cresceu a média de 0,1 por cento ao ano; e a nossa economia no conjunto do investimento e iniciativa económica estrangeira e nacional (o PIB) cresceu 0,7 por cento ao ano. Quer dizer que o nosso crescimento é devido ao investimento estrageiro: à Autoeuropa e outras, que contam para o PIB e não para o RNB. O crescimento da nossa economia, por parte dos nossos empresários é quase um aumento zero. Explicações: situação da administração pública e da Justiça; falta de dinamismo social e empresarial; carência de formação, tecnologia e competência; bloqueios legais e burocracia, desvantagem fiscal face à concorrêcia (muitas empresas portuguesas no estrageiro e mesmo em Portugal estão domiciliadas fiscalmente na Holanda e outros paraísos fiscais) etc.
Mas como em muitas destas coisas ninguém em Portugal tem poder de alterar a situação, só a União Europeia nos poderia valer. E só vai valer quando a necessidade tocar à porta de mais países. Já estivemos mais longe disso.
Dentro da retórica, continuar a dizer-se que se fala verdade sem referir a crise de 2008, que afecta todo o Mundo, Ó Dr. Cavaco, isso constitui a verdadeira omissão da parte mais importante da realidade.

terça-feira, 8 de março de 2011

A Revolução Árabe

Está a surpreender, para já. Pensava-se, ou muitos pensam, que a tutela divina e o temor a Deus eram considerados como factores de moderação social, de complacência para com os contrastes, em resumo, de pacificação das sociedades. E as revoltas populares que estão a acontecer nos países árabes do Norte de África apresentam-se sem ligações religiosas, numa sociedade que, como sabemos, está longe de ser caracterizada pelo laicismo.

Também se tem a ideia, ou alguns têm, que há povos que não “estão preparados para viver em Democracia”. Montesquieu alertou para os inconvenientes de “se precipitar o uso do sufrágio universal”. Como as comemorações dos 100 anos da República me ensinaram, Afonso Costa decepcionou a História com a sua avareza quanto ao reconhecimento do direito de voto às mulheres, pela pouco democrática e muito republicana razão de que a maioria das mulheres portuguesas não votaria na República.

E a Democracia? Esta é um regime! E o Mundo é regido por governos e não por regimes. E os governos, constituídos por governantes, obviamente, têm relações uns com os outros, em nome dos seus Estados. Não são os regimes que se relacionam, importam e exportam, etc. A natureza das relações entre países é o mais inexorável ambiente que define a chamada “real politique”, no sentido menos digno ou mais pejorativo que a expressão traduz. E os media vão atrás disto, também. Desde ontem, o ditador, o caricato, o abjecto Kadafi voltou a ser chamado de Presidente, porque parece que as suas tropas estão a reconquistar terreno aos rebeldes!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Poder e o dinheiro ou "Não basta ser rico para ser bem educado"

Que o dinheiro dá poder é uma afirmação palisseana. Mas, a partir de um certo nível de fortuna parece que os afortunados deixam de querer mais dinheiro e passam a querer é mais poder.
Exemplo desta constatação foi a declaração de Alexandre Soares dos Santos, dono dos supermercados Pingo Doce e de outras coisas mais. Na apresentação pública das contas das suas empresas, questionado sobre a exactidão das mesmas, por um jornalista, responde que "ali não há truques. Truques é com o Socrates!"
Ao longo da minha vida profissional na Gestão verifiquei que muitas pessoas endinheiradísimas reagiam mal quando confrontadas com a necessidade de pedirem pessoalmente autorizações ou simples boas diligências a titulares de orgãos de soberania política. Principalmente quando eram mais novos e tinham feito uma carreira política com notoriedade e rápida. Perturbava-os a comparação com a sua própria vida, de trabalho de várias gerações, sem projecção social, com muito dinheiro mas nunhum reconhecimento público, ao contrário do jovem político, "um doutorzeco que subiu à custa do partido político... que não tem onde cair morto..."
Parece-me que este é também o drama de vida de Alexandre Soares dos Santos (a quem, deve dizer-se, Socrates respondeu magistralmente). E é lamentável que tenha este estigma. Que nos leva a pensar que, afinal, é por causa dele que criou a Fundação Francisco Manuel dos Santos, cujo trabalho é de realçar a quem nela trabalha. Devia ter-se lembrado que um Primeiro Ministro, para o ser, tem de ter mais de dois milhões de votos dos portugueses. Mais do que os clientes do Pingo Doce que, com esta, perdeu, pelo menos, um. Eu!...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Moção de Censura derrotada pelo ridículo

Para algumas pessoas de esquerda, a esquerda é só a deles, ou são só eles.
Corolário desta posição: é preferível estar uma direita radical no governo do que uma outra esquerda qualquer sem eles. Não suportam uma situação de governo que se intitula de esquerda mas diferente da deles, não radicalizada em políticas ultrapassadas de estatização económica e de isolamento político na Europa, no Ocidente e no Mundo.
A novidade, porém, é que os dois partidos leninistas do nosso espectro político, nomeadamente o mais jovem, o Bloco de Esquerda desenfreou numa competição com o PCP, como para mostrar quem faz mais serviço, qual líder sindical que adopta a postura arrogante (quando não mal educada), ao falar na TV, para convencer os associados do seu sindicato estão a ser valentemente defendidos.
Traduziu-se esta postura na apresentação de uma moção de censura quando uma semana antes criticavam o outro partido mais próximo, o pobre do PCP, de dizer que ia fazer o mesmo.
E do que disseram os outros partidos da direita e da extrema direita conclui-se que a moção que o Bloco vai apresentar não é derrotada políticamente. É-o pelo ridículo!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Tunisian Girl, un sinal dos nossos tempos

Uma estudante tunisina passava os dias sem sair do quarto, a estudar e agarrada ao computador -- era esta a opinião do seu pai, activista político na sua juventude e que tinha passado 8 anos preso, por motivos políticos. Desliga-se de qualquer atividade política, já perto dos sessenta anos, trabalha desmotivado pela situação política de ditadura em que vive o seu país. Eclode o movimento popular em Tunes e, o pai, sai para a rua, louco de alegria, "até que enfim, chegou a nossa hora de libertação!" Corre para se juntar à manifestação. Ao chegar, vê a sua filha na primeira fila a coordenar a manif...
O que se passou? A rapariga tinha um site em que defendia as ideias de democracia e abertura política. O site foi bloqueado pelas autoridades. Ela pede ajuda a outros sites do mundo inteiro que lhe dão guarida e onde passou a escrever. Era a "tunisian girl". Desconhecida de todos os que a conheciam, conhecida da rede internacional por muitos que não sabiam quem ela era. Nem o próprio Pai, activista político que tinha estado, por isso, oito anos preso...
Esta história diz dos acontecimentos na Tunísia, certamente no Egito e onde mais, levantamentos populares, expontaneamente, se formam e levantam contra regimes opressores e ditatoriais. As ideias marxistas, diferentemente defendidas ao longo da história, do "movimento das massas", parecem ressuscitar com esta modernidade da internete e das redes sociais. E Marx nunca disse que a revolução se fazia com partidos políticos (e muito menos com os partidos comunistas). O que ele disse foi que ela se faria de "acordo com o Movimento Geral da História". Com a tecnologia, a ciência, as redes que geram tunisinas assim...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"O 25 de Abril do Egito"

Mubarak resignou e o poder ficou com o Conselho Superior Militar.
A mensagem que antecede esta, escrita ontem, foi hoje respondida: Os Generais perceberam o que tinham a fazer, nas circunstâncias. O povo está contente e há que pense, com razão, que o futuro mais plausível dos ditadores corruptos é, para além de serem corridos sem honra nem glória..., verem-se privados da fortuna roubada. Os bancos suiços já não lhes dão garantias.
"Isto é que vai uma vida!... heim" -- pensarão o José Eduardo dos Santos e as suas ricas filhas.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Como acaba a crise do Egito?

Especificidades da crise do Egito:
Os quadros do seu numeroso exército são, tecnicamente, formados segundo a doutrina e a filosofia norte-americana (os oficiais fartam-se de tirar cursos militares nos EEUU). Todavia, políticamente, eles têm uma importância própria dos regimes militaristas (desde o primeiro Presidente da República ao atual, Hosni Mubarak, foram e são todos generais, como o é, também, o Vice-Presidente, Omar Suleiman).
Sendo um grande país do Médio Oriente, caracteriza-se pelo petróleo não constituir qualquer fonte de exportação, dado que só produz para o consumo interno. O algodão e o turismo têm o maior peso nas exportações. A sua importância estratégica, singular e enorme, reside no Canal Suez que, a ser inviabilizado, nas circunstâncias atuais da Europa e do Mundo Ocidental, teria efeitos catastróficos. Daqui a importância que o Mundo Ocidental confere ao problema.
A inferioridade política e psicológica em que o Egito ficou, em relação a Israel, desde a Guerra dos Seis Dias, em 1968, colocou-o fora da primeira linha da conflitualidade da situação israelo-palestina.
A situação nova, despoletada pela Tunísia, pela Internet, pela juventude que aglomera não apenas os jovens pobres como os filhos dos egipcios ricos, eventualmente próceres do sistema Mubarak, está balouçando entre duas hipoteses de evolução: Ou o Mubarak sai ou vai ter que ser apoiado pelo Exército. A mais provável deriva da situação em que o Exército se encontra hoje, depois dos populares estarem em cima dos carros de combate e a dar água aos soldados é que o Exército deixe de apoiar o poder e já não apoia ninguém contra a vontade do povo. Os Generais têm duas atitudes: ou compreendem isso e mandam Mubarak para o exílio (situação clássica para quem perde o poder ou para quem o quiz e nunca chegou a tê-lo...), ou perdem o comando das tropas que, normalmente, é assumido por um Coronel, rapidamente promovido a general!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

As 87 Freguesias do Concelho de Barcelos e a discussão à volta do nº. de deputados da AR

O Concelho de Barcelos tem 87 freguesias. 87 digo bem! Como a Lei diz que as Assembleias Municipais têm de ter mais membros eleitos do que os que o são por inerência, os eleitos são 88 que, com os Presidentes de Juntas, dá a soma de 175 deputados municipais daquele singular concelho. A República de Chipre, país independente e membro da União Europeia e com 1 milhão de habitantes tem uma Assembleia da República com 80 deputados. Menos de metade do Concelho que se caracteriza não só pela produção de galos em barro como, também, de deputados de carne e osso, que não faltam às convocatórias das assembleias nem deixam de receber as respectivas senhas de presença.
Esta situação, comparada com á discussão à volta do número de Deputados (230) da Assembleia da República, dá razão aos que acham que os deputados desta nem são de mais.
O problema é de organização do estado português, que só será organizado se houver condições políticas para isso, naturalmente.
Preocupante é ouvir e constatar que a última vez que se reduziram concelhos no país foi em regime de ditadura. Se a Democracia não for capaz de definir o número optimo, o mais adequado, de orgãos e seus membros podemos esperar pela sua falência.
Sabemos que a situação de Barcelos é a mais grave mas há outras situações desmesuradas de cargos e orgãos do aparelho do Estado.
Também sabemos que há intuitos de eliminação da representatividade das opiniões políticas e dos interesses regionais e locais, atravéz da "secretaria" organizativa, alterando a reprsentatividade política existente na AR. Como sabemos que há preocupações de manter a situação como ela está para alimentar a pequena nomenclatura partidária local, ao nível do "campanário" e do concelho. Com o argumento ridículo que a diminuição do número de eleitos constitui uma debilitação democrática do sistema, como se a transformação de cada eleitor em eleito fosse a Democracia absoluta... Ridículo!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Redução do nº. de Deputados

Até que enfim, um dirigente e Ministro do Partido Socialista, Jorge Lacão, se manifesta a favor da redução do número de deputados à Assembleia da República. Mas logo o líder parlamentar, Francisco de Assis, normalmente de opiniões avisadas, vem colocar-se contra a declaração do Ministro de Assuntos Parlamentares. Lamento o conteúdo da sua opinião, ao achar que não se deve discutir este problema. E lamento o desacerto entre o líder parlamentar do partido que apoia o governo e o Ministro de ligação do governo à Assembleia.
É um problema que o Primeiro Ministro tem de resolver ou correndo com os dois (que têm tido excelente desempenho, diga-se) ou fazendo o líder corrigir os efeitos da sua declaração.
O que se pretende é que a redução do número de deputados seja a maior possível sem alterar na "secretaria" a proporcionalidade da expressão elitoral da vontade dos portugueses e do todo nacional.
Sabemos que alguns partidos (PCP) estão contra qualquer redução do que quer que seja eleito, pessoas ou organismos, deputados ou Juntas de Freguesia, com o argumento, que vimos já invocado, de tal constituir um enfraquecimento da Democracia... Então, a Democracia plena obtinha-se com a transformação de cada eleitor em eleito... Ridículo!

domingo, 23 de janeiro de 2011

A Estratégia da Bomba Atómica para o PR

Quando se diz que o Presidente da República tem o "poder da bomba atómica", diga-se de dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições, devem extrair-se as conclusões do que se afirma.
Transportando este tal poder para o campo da Estratégia, sabe-se que a Estratégia não inventa bombas mas, estas é que inventam estratégias. No tempo das armas brancas a estratégia usada era bem diferente da do tempo das armas de fogo. E quando apareceram as armas nucleares a estratégia adquiriu, como toda a gente sabe, uma nova designação: da Dissuasão Nuclear.
Tem isto a ver com o poder do Presidente porque, sendo a Estratégia uma disciplina de pensamento e acção, ela passou a ser, na sua ambiguidade, uma teoria da não prática, ou da não acção, depois que os arsenais atómicos lhe criaram tal novo capítulo.
Assim, o estratego de serviço ao nosso Presidente da República deveria ser alguém que lhe dissesse "pense em como não usar a sua Bomba Atómica"! Pense, pense!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Meu voto nas presidenciais e o valor do Presidente

Como é inerente ao meu "ADN político-ideológico" eu deveria votar no candidato apoiado pelo Partido Socialista. Afinal sou o número 38... Mas a independência de julgamento leva-me a observar desta vez, as coisas, de maneira diferente da direcção do PS, o que me parece que acontece pela primeira vez, em 34 anos de Democracia, no que a votações diz respeito!
Na verdade não tenho candidato. Mas tenho opções políticas segundo uma intenção de futuro para o nosso país que me levam a dificultar se não impedir a vitória eleitoral do pior dos males.
Assim, não me abstenho, não voto em branco porque não é considerado voto expresso (como deveria ser) e não digo em quem voto porque só tenho a certeza de que não votarei Cavaco Silva.
Por outro lado, como já aqui foi dito, acho que a superestrutura do poder do Estado deveria ser alterada. O PR é um contra-poder, sem poder, ou só com um poder desmesurado em relação às circunstâncias normais, logo, com um poder anormal, porque tão excepcional como a demissão da Assembleia da Republica. A campanha eleitoral em curso é uma vergonha para os candidatos, a andarem numa bicicleta de roda quadrada, a prometerem o que não podem nem lhes compete, a dizerem que vão intervir mas que não governam, a dizer que não demitem o governo mas que o podem fazer se quizerem, a dizer que a crise vai estourar com isto mas que os portugueses são bestiais e têm confiança neles, que a culpa da crise é da Crise ou que é do Sócrates, ou do Sócrates e do Cavaco... Enfim, um chorrilho de contradições que não creio que não envergonhe alguns dos candidatos com mais seriedade pessoal.
Deveríamos abandonar o sistema semipresidencial ou semiparlamentar e, decididamente, adoptar um sistema presidencial ou parlamentar puro, sem medo da concentração e fortificação dos poderes do Estado. A Democracia política está adquirida, em Portugal, sem riscos de perversão do exercício dos seus poderes. O que em matéria de poder do Estado haverá a assinalar é a sua fraqueza perante interesses, nomeadamente os corporativos.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Inside Job de Cavaco Silva

Os engenheiros nomais, que fazem pontes e outras obras, ganham normalmente. Os da engenharia financeira, que constroiem sonhos, ganham fortunas. Esta é uma das tiradas do filme "Inside Job", sobre a crise financeir actual.
Enquanto os mercados financeiros se sobrepuserem à economia real continuaremos a viver em crises sucessivas nas quais uns poucos enriquecem e muitos outros empobrecem.
Esta economia de mercado criou uma relação nova entre o público e o privado que a Democracia tem tido dificuldades em corrigir. Relação que se define por "os ganhos se concentrarem no privado e os custos no público". (Outra tirada do filme). E quando dizemos privado, na realidade, significamos "alta finança bancária e investidora".
O clima de inside information chegou ao ponto de influenciar o ensino de economia em universidade com o prestígio da de Harvard. O benefício destes insides, na bolsa, é crime, para certas pessoas. Já houve gente condenada em Portugal por ter vendido ou comprado acções com base em informação privilegiada, não acessível aos investidores comuns. Mas as compras fora da bolsa baseiam-se, normalmente, numa avaliação pessoal na base de uma informação direta, pessoa a pessoa, empresa a empresa.
Para o candidato Cavaco Silva à Presidência da República não ficava nada mal, aliás ficava muito bem, se prestasse os esclarecimentos que todos, todos, os outros candidatos lhe solicitam sobre o que o levou a pensar que as suas economias familiares teriam ganhos anormais numa empresa cujo principal activo era um banco, o BPN, que viria a falir, pouco depois.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ainda a história do BPN e do PR Cavaco Silva

Comprar e ganhar dinheiro com ações não é proibido. Mas comprar e vender "fora da bolsa" significa que se sabe a quem se vende e a quem se compra e se conhece o respectivo preço, que é combinado, naturalmente. Cavaco comprou e ganhou de 1 para 2,4, em um ano e pouco, nas acções que comprou à Soc. Lusa de Negócios, dona do BPN. (Dizer que nunca comprou nada nem vendeu nem trabalhou ou ganhou nada no BPN, como disse, é ocioso ou pretende "distrair o Santo"... porque não é isto que se diz). Quando o negócio foi feito, a parte da SLN era representada por um homem que agora anda de pulseira eletrónica, mas, naquela altura ainda não andava. Só que, anos depois, o maior activo da SLN, o BPN, vai à falência e, para evitar contágio no sistema, naquela altura, pensou-se que o melhor era nacionalizar o BPN, que tem custado e vai custar muito dinheiro ao erário público, ou seja aos portugueses! Uma conclusão mínima é, porém, inevitável: o economista Presidente ganhou dinheiro com uma empresa de gestores fraudulentos, de que foi proprietário, sem saber.