quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Inside Job de Cavaco Silva

Os engenheiros nomais, que fazem pontes e outras obras, ganham normalmente. Os da engenharia financeira, que constroiem sonhos, ganham fortunas. Esta é uma das tiradas do filme "Inside Job", sobre a crise financeir actual.
Enquanto os mercados financeiros se sobrepuserem à economia real continuaremos a viver em crises sucessivas nas quais uns poucos enriquecem e muitos outros empobrecem.
Esta economia de mercado criou uma relação nova entre o público e o privado que a Democracia tem tido dificuldades em corrigir. Relação que se define por "os ganhos se concentrarem no privado e os custos no público". (Outra tirada do filme). E quando dizemos privado, na realidade, significamos "alta finança bancária e investidora".
O clima de inside information chegou ao ponto de influenciar o ensino de economia em universidade com o prestígio da de Harvard. O benefício destes insides, na bolsa, é crime, para certas pessoas. Já houve gente condenada em Portugal por ter vendido ou comprado acções com base em informação privilegiada, não acessível aos investidores comuns. Mas as compras fora da bolsa baseiam-se, normalmente, numa avaliação pessoal na base de uma informação direta, pessoa a pessoa, empresa a empresa.
Para o candidato Cavaco Silva à Presidência da República não ficava nada mal, aliás ficava muito bem, se prestasse os esclarecimentos que todos, todos, os outros candidatos lhe solicitam sobre o que o levou a pensar que as suas economias familiares teriam ganhos anormais numa empresa cujo principal activo era um banco, o BPN, que viria a falir, pouco depois.

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