sábado, 15 de janeiro de 2011

Meu voto nas presidenciais e o valor do Presidente

Como é inerente ao meu "ADN político-ideológico" eu deveria votar no candidato apoiado pelo Partido Socialista. Afinal sou o número 38... Mas a independência de julgamento leva-me a observar desta vez, as coisas, de maneira diferente da direcção do PS, o que me parece que acontece pela primeira vez, em 34 anos de Democracia, no que a votações diz respeito!
Na verdade não tenho candidato. Mas tenho opções políticas segundo uma intenção de futuro para o nosso país que me levam a dificultar se não impedir a vitória eleitoral do pior dos males.
Assim, não me abstenho, não voto em branco porque não é considerado voto expresso (como deveria ser) e não digo em quem voto porque só tenho a certeza de que não votarei Cavaco Silva.
Por outro lado, como já aqui foi dito, acho que a superestrutura do poder do Estado deveria ser alterada. O PR é um contra-poder, sem poder, ou só com um poder desmesurado em relação às circunstâncias normais, logo, com um poder anormal, porque tão excepcional como a demissão da Assembleia da Republica. A campanha eleitoral em curso é uma vergonha para os candidatos, a andarem numa bicicleta de roda quadrada, a prometerem o que não podem nem lhes compete, a dizerem que vão intervir mas que não governam, a dizer que não demitem o governo mas que o podem fazer se quizerem, a dizer que a crise vai estourar com isto mas que os portugueses são bestiais e têm confiança neles, que a culpa da crise é da Crise ou que é do Sócrates, ou do Sócrates e do Cavaco... Enfim, um chorrilho de contradições que não creio que não envergonhe alguns dos candidatos com mais seriedade pessoal.
Deveríamos abandonar o sistema semipresidencial ou semiparlamentar e, decididamente, adoptar um sistema presidencial ou parlamentar puro, sem medo da concentração e fortificação dos poderes do Estado. A Democracia política está adquirida, em Portugal, sem riscos de perversão do exercício dos seus poderes. O que em matéria de poder do Estado haverá a assinalar é a sua fraqueza perante interesses, nomeadamente os corporativos.

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