quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Como acaba a crise do Egito?

Especificidades da crise do Egito:
Os quadros do seu numeroso exército são, tecnicamente, formados segundo a doutrina e a filosofia norte-americana (os oficiais fartam-se de tirar cursos militares nos EEUU). Todavia, políticamente, eles têm uma importância própria dos regimes militaristas (desde o primeiro Presidente da República ao atual, Hosni Mubarak, foram e são todos generais, como o é, também, o Vice-Presidente, Omar Suleiman).
Sendo um grande país do Médio Oriente, caracteriza-se pelo petróleo não constituir qualquer fonte de exportação, dado que só produz para o consumo interno. O algodão e o turismo têm o maior peso nas exportações. A sua importância estratégica, singular e enorme, reside no Canal Suez que, a ser inviabilizado, nas circunstâncias atuais da Europa e do Mundo Ocidental, teria efeitos catastróficos. Daqui a importância que o Mundo Ocidental confere ao problema.
A inferioridade política e psicológica em que o Egito ficou, em relação a Israel, desde a Guerra dos Seis Dias, em 1968, colocou-o fora da primeira linha da conflitualidade da situação israelo-palestina.
A situação nova, despoletada pela Tunísia, pela Internet, pela juventude que aglomera não apenas os jovens pobres como os filhos dos egipcios ricos, eventualmente próceres do sistema Mubarak, está balouçando entre duas hipoteses de evolução: Ou o Mubarak sai ou vai ter que ser apoiado pelo Exército. A mais provável deriva da situação em que o Exército se encontra hoje, depois dos populares estarem em cima dos carros de combate e a dar água aos soldados é que o Exército deixe de apoiar o poder e já não apoia ninguém contra a vontade do povo. Os Generais têm duas atitudes: ou compreendem isso e mandam Mubarak para o exílio (situação clássica para quem perde o poder ou para quem o quiz e nunca chegou a tê-lo...), ou perdem o comando das tropas que, normalmente, é assumido por um Coronel, rapidamente promovido a general!

Sem comentários:

Enviar um comentário