segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O acordo com os professores à luz do Orçamento

Quando ainda não tinham terminado as negociações com os professores, disse-se neste blog que se a perda da maioria absoluta servisse para retirar o poder negocial ao governo que permitisse a promoção dos professores até ao último escalão de vencimentos, a maioria relativa era um mal para a República.
Terminadas as negociações, apresentado o Orçamento Geral do Estado, verifica-se que o acréscimo de despesa com os professores é mais de 100% do aumento da despesa global do Estado de 2009 para 2010.
A Despesa Total em 2009 foi: .............. 80.873 milhões de euros;
Idem, fixada no Orçamento para 2010: 81.215 milhões de euros;
Diferença...................................................: 342 milhões de euros
O aumento de encargos com os professores é de cerca de 450 milhões, devido às promoções de escalão e ao desbloqueamento das carreiras. Como temos cerca de 150 ou 160 mil professores, o aumento médio, anual, representa 3000 euros por professor. Ou seja, um aumento escandaloso. E, agora, já falaram em ir para a Assembleia da República pedir a eliminação de quotas, nos dois escalões onde ela existe.
Eu, até nem desgosto de maiorias absolutas. Num processo político aberto e com a alternância grantida, reconheço-lhe virtualidades. Não me preocupa que se brinque com o que há de mais políticamente incorreto: "uma ditadura por seis meses..." Temo é que a brincadeira se torne coisa séria, perfeitamente correcta para a maioria dos portugueses e, aí, por munto mais tempo.

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