segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Quando as empresas se vedem como os leitões

A diferença da força e do poder de autonomia das economias não está só na dimensão dos países e das suas empresas mas numa "cultura de empresa" e de cumplicidade social com as empresas nacionais, a ser sentida pela população, pelo poder político e pelo económico.
Apesar da nossa reduzida escala económica, no país foram-se criando umas tantas empresas, leitõesinhos, que engordaram à custa de tarifários desmesurados em Portugal e adquiriram rasoável dimensão internacional. Estes "leitões", chegarão a velhos e, então, serão "comme les couchons, plus vieux, plus cons", a relembrar o verso de Jacques Brel. Quer dizer, quando estas empresas ficarem apetecíveis à finança internacional, árabe, chinesa, angolana ou brasileira, serão compradas e desaparecem da economia nacional à velocidade de "manteiga em focinho de cão", para prosseguir num anedotário bestialógico...
São estas empresas a PT, a Galp, a Brisa, a Cimpor (que já foi) e alguns bancos.
O tão acalentado esforço de internacionalização, nestes tempos difíceis mereciam cumplicidades urgentes de todo o capital disponível para investir no país, naturalmente, nos sectores com vocação competitiva e, se possível, exportadora. Mas o que vemos é a saída de capitais, para mercados mais arriscados e menos remuneradores doque a compra de dívida pública do Estado.
E com a expectativa de os donos dos leitões os venderem numa feira qualquer, que não será a de Santarém...

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