terça-feira, 21 de dezembro de 2010

As presidenciais sem Presidente

Decididamente pertenço aos que acham que o atual sistema político português, de semipresidencialismo, deriva do medo das concentração de poderes (não vá o diabo tecê-las), como foi consensual quando se redigiu a nossa Constituição, após 48 anos de Ditadura. Como tenho dito e se verifica mais uma vez, as presidenciais em curso não podem ser mais do que uma diletante arengada sobre se o PR é coordenador, estratégico ou caso a caso, regulador, moderador, pacificador, magistrado influenciador ou mais ou menos interventor, consensualizador de interesses mais ou menos conciliáveis... sem que a Constituição lhe confira poderes efectivos para nada. Para nada a não ser dissolver o Parlamento e antecipar eleições, o que é um poder tão desmesurado que a vida política normal não justifica. Não justifica e, por isso, está fora do projecto político de todos os candidatos. Nenhum diz que, se for eleito, derruba o atual governo...
Cabe então aos eleitores advinhar o que cada um dos propostos presidentes seria mais capaz de fazer em relação ao seu mais importante e efectivo poder constitucional sobre a acção governativa. Qual deles corre mais depressa com o governo ou qual deles se incomoda menos com a instabilidade que tal acrescia no país.

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