A União Europeia tem e preservar a equidade e a igualdade de julgamento sobre cada um dos seus membros, sejam países grandes ou pequenos, contribuam mais ou menos para o Orçamento da União, sejam mais ou menos ricos e poderosos. A Alemanha e a França também já excederam os défices permitidos pelos instrumentos aprovados pela União sem o escarcéu que se fez e faz sempre que os incumprimentos são efectuados por países do Sul.
Se alguma compreensão é devida, porque justificável, na diferença de comportamentos será nas que resultem da compatibilização de situações macroeconómicas com as de conjuntura sempre que elas protejam os países de maior rendimento em comparação com os de menor. A solidariedade será um valor justificável em razão de dados de conjuntura económica como em razão de calamidaes geoclimáticas. A globalização é um fenómeno que tem repercussões diferentes nos países desenvolvidos, produtores de "bens de capital" (para usar uma expressão chocante...) e nos países menos desenvolvidos, fornecedores de mão de obra, sem poder competitivo com a mão de obra barata do Sueste asiático. Ignorar isto é uma impossibilidade.
Dizer que os mercados, como agora se identificam os credores dos países sobre-endividados, acabam por refletir a única forma de "justiça" sobre os países incumpridores, através do juro que praticam, é o mesmo que defender que se viva num Mundo sem regras, logo, sem Democracia. Vivemos numa liberdade em que o poderoso oprime o fraco e este não tem Leis que o libertem... Onde são contratualizados os emprestimos obtidos pelos países endividados? No leilão, sem regras, restrito a quem tem dinheiro para emprestar, muitas vezes (se não a maioria das vezes) desinteressado em investir no seu próprio país e de promover o bem estar das suas populações?
Qual a resposta da UE à situação de países com um rendimento percapita ao nível da pobreza se permitirem comprar dívida dos países mais ricos do mundo? A globalização nasceu para mundializar produções, consumidores, inventores e fornecedores. Não para generalizar contradições destas: os países de gente paupérrima de bens materiais e culturais comprarem os mais evoluídos. Não se acha estranho a China ser o maior credor dos EUA? O facto de Timor se propor a comprar dívida portuguesa, excluindo a ternura da oferta, não parece chocante a ninguém?
É evidente que tudo isto se evitava se houvesse regras económicas e políticas na UE que uniformizassem os rendimentos e as produtividades das respectivas comunidades que a constituem. Ou se os países se convencessem a que não podem ter níveis de vida superiores ao rendimento do que produzem. Ninguém devia nada a ninguém que não soubesse ou tivese como pagar...
A minha vida sempre foi assim! E houve tempos que ela foi muito condicionada pelas chamadas necessidades imediatas...
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