domingo, 5 de dezembro de 2010

Saída da Crise

A Crise de 2008 que, como já se percebeu, se vai alastrar por mais alguns anos, começa a colocar questões de autêntica prospectiva. A prospectiva tem por metodologia pensar o futuro ao contrário das outras prospecções conhecidas, como a arqueológica ou a petrolífera (que está mais na actualidade), por exemplo. Nestas, pesquisa-se o passado ou as camadas do pré sal com os conhecimentos adquiridos e adoptados no presente. Na prospectiva do futuro tenta-se perspectivá-lo mediante a aplição dos métodos, das concepções, dos conhecimentos que se pensam sejam aceites, considerados válidos e adoptados nesse futuro, cuja descoberta se pretende.
Isto pode perecer um jogo de palavras mas faz parte do "jogo estratégico" para quem quizer continuar "em campo" perpetuamente. Assim, um exemplo que é frequentemente fornecido, a quem se interessa por estes temas, aponta o facto de os construtores de relógios de corda que nunca pensaram que viriam os de pilha fizeram uma leitura, tiveram uma visão, de futuro na base da tecnologia arqueológica, que não servia para perspectivar a evolução do seu mercado.
Até agora, em matéria de invenção de novas regras de prospectivar a saída para a actual crise, o mais que ouvi e li foi que nada continuará como dantes.

2 comentários:

  1. Caro Manel,

    «Nada ficará como dantes» seria o ideal, mas corremos um risco de ver recompor a máquina financeira, para tudo continuar na mesma. Os bancos procuram captar clientes e gabam-se de bons lucros. Os políticos como vêm ali o asilo para sua velhice - há por lá vários ex-ministros e deputados - entram no jogo dos banqueiros. Favor com favor se paga. As medidas de austeridade mostram que nada mudou, por qualquer motivo saltam logo sobre o contribuinte, como o mar a lixar o mexilhão e os futebolistas a pisar a relva. É sempre o mais desfavorecido a sofrer as consequências do despesismo, das mordomias, do excesso de assessores e de instituições e fundações criados só para asilar «boys» amigos sem qualidade para viverem do seu trabalho.

    Um abraço
    João
    Do Miradouro

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  2. João, Custa-me dizê-lo, mas mentiria se o não dissesse, que vivemos um momento em que muita genta está a perder completamente a dignidade. A incapacidade política lembra-me a da Primeira República (apesar dos benefícios que inegavelmente trouxe). Acreditas que Barcelos tem uma Assembleia Municipal com 160 Membros e o Concelho 89 freguesias? Chipre, República independente e membro da UE tem 80 deputados e um milhão de habitantes e ultrapassou o nosso rendimento per capita!
    Vai um abr. e é uma pena não juntarmos a malta antes do Natal mas... fica pró ano. Manel

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